É uma condição que se caracteriza pelo aumento da queda diária de fios de cabelo. Normalmente perdemos de 100 a 150 fios por dia, porém no eflúvio telógeno esse número aumenta e percebemos mais fios no chão, no banho, no travesseiro, na escova, além da diminuição de volume como um todo. O nosso cabelo passa por três fases distintas durante o seu ciclo de vida, chamadas de anágena, catágena e telógena.
A grande maioria dos fios costuma se encontrar na fase anágena, que é quando o folículo capilar está ativo e o cabelo está crescendo. As demais fases são de descanso: o fio para de crescer, se desconecta da base do folículo e se solta do couro cabeludo.
O que o eflúvio telógeno faz é aumentar a proporção de fios que se encontram na fase telógena, a última delas, quando o fio está pronto para cair. Normalmente cerca de 10 a 20% dos cabelos está nessa fase, mas no eflúvio telógeno pode chegar até a 50%.
Eflúvio telógeno agudo: A queda intensa inicia-se 3 meses após algum problema e tem duração de 3 a 6 meses. Os eventos mais associados são: pós-parto, febre, infecção aguda, dengue, dietas muito restritivas/emagrecimento, distúrbios de vitaminas, deficiência de ferro, cirurgias de médio e grande porte, interrupção de anticoncepcional, uso de hormônios esteroides, além de estresse psicológico intenso. Algumas medicações também podem desencadear o problema, como marevan, heparina, bupropiona, AAS, alguns anti-hipertensivos, ácido valproico, dentre outros. Em geral se consegue identificar a causa, mas em alguns casos a causa permanece indefinida.
Eflúvio telógeno crônico: Nesse caso, a queda é mantida por mais de 6 meses. Há fases em que os cabelos caem mais e em outras, caem menos. O problema nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças autoimunes, como hipotireoidismo de Hashimoto, lúpus sistêmico e dermatomiosite.
O eflúvio é autolimitado, ou seja, tem uma duração de aproximadamente três a seis meses caso não haja outra doença associada. Em teoria, não seria preciso tratamento. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), em geral, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios.
Algumas medicações, que são estimuladoras do crescimento capilar, podem ser associadas para acelerar esse processo de recuperação. Se o paciente for saudável e sem doença prévia do couro cabeludo, recuperará os fios totalmente. O prognóstico é bom, mas é sempre indicado procurar um dermatologista para conhecer melhor seu caso e se há necessidade de tratar alguma possível doença de base associada. Ou, ainda, se é preciso descobrir algum fator que possa estar associado à queda, como na área alimentar, seja por uma deficiência de ferro ou vitaminas, ou em razão de dietas hiperproteicas, as quais temos visto mais pessoas aderindo a cada dia. O paciente precisa ser bem orientado para saber o que faz bem para seu metabolismo e ciclo capilar.
Evitar os fatores desencadeantes, manter uma alimentação saudável e equilibrada, evitar grandes variações de peso e estresse intenso. Sempre que estiver diante de uma queda de cabelo exagerada, consulte um dermatologista para uma melhor avaliação e orientação. Lembre-se que a queda de cabelo pode representar a ponta do iceberg e ser um sintoma de uma doença grave! Não encare isso como um problema estético e sim um problema médico.