Por: Dr. Eduardo Zadrozny Malouf, publicado em: 14/06/2018
Existem diferenças entre os sintomas do infarto nos homens e nas mulheres. Como a maioria das mortes por infarto ocorre nas primeiras horas de sua manifestação – 65% na primeira hora e 80% até 24 horas após o início da doença – estar atento ao menor sinal, sem dúvida, é de extrema importância para garantir o pronto-atendimento às vítimas desse problema cardíaco.
Cerca de 40% das mulheres que enfartam não apresentam sintomas típicos normalmente observados nos homens como dor forte no peito com irradiação para membros e mandíbula. Nas mulheres, a dor muitas vezes é menos intensa e pode estar acompanhada de sintomas inespecíficos como náuseas e fraqueza. A diferença dos sintomas da doença entre homens e mulheres é maior nos indivíduos com idade inferior a 65 anos.
O infarto ainda está muito associado a um problema de saúde masculino. A apresentação atípica nas mulheres, especialmente nas mais jovens, retarda o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento, o que contribui para o maior número de óbitos entre a população feminina (14,6% contra 10,3% nos homens). Também vem aumentando a incidência de infarto em mulheres.
Doenças cardiovasculares x câncer
As doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de mortalidade no Brasil. Porém, na última década essa liderança vem sendo ameaçada pelo câncer. Isto se dá por dois motivos principais: a população está envelhecendo – e o câncer é mais prevalente nos idosos – e estamos diagnosticando e tratando melhor os fatores de rico para as doenças cardiovasculares.
Prevenção e exames de check-up
O infarto e o acidente vascular cerebral isquêmico, salvo algumas exceções, podem ser considerados eventos agudos de uma doença crônica. O diabetes, a hipertensão, o colesterol alto, o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco de fácil diagnóstico e de tratamento cada vez mais eficaz. Hoje também dispomos de medicamentos que ajudam o indivíduo a parar de fumar.
Assim sendo, é imperativa a realização de campanhas que estimulam a chamada medicina preventiva, amplamente adotada em países como Estados Unidos e Canadá. No Brasil, muitas empresas já despertaram para essa prática de Gestão de Saúde e passaram a oferecer aos seus executivos a possibilidade da realização de check-ups periódicos acompanhados de programas de saúde continuada.
Além de melhorar o relacionamento com os colaboradores, a promoção de saúde reduz custos indiretos e o diagnóstico precoce permite a redução do risco de mortalidade por qualquer causa.
É imprescindível estar atento aos sintomas do infarto, mas antes disso, é preciso adotar medidas preventivas que diagnostiquem doenças em sua fase inicial ou até mesmo impeçam seu aparecimento a partir da identificação e correção de fatores de risco.
Postado por: Dr. Eduardo Zadrozny Malouf, publicado em: 14/06/2018
CRM 113 396
Especialidades:
Clínico geralEndocrinologia
Formação: Graduado em Medicina pela Puc-Campinas.
Residência: Em Clínica Médica e Endocrinologia pela Puc-Campinas.
Título: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.